15 de ago. de 2011

Dia 7 - Um Novo Começo














































Mais uma manhã na Chácara das Flores. Mas, não uma manhã qualquer.
Era o primeiro dia após as inscrições. Um novo começo. Aliás, recomeçar é sempre bom.

Eu, a Katia e a Nice estávamos ansiosos e felizes, aguardando a vinda dos pequenos. Aos poucos eles foram chegando em grupos. Os menores eram acompanhados pelos pais ou por irmãos mais velhos.

Na primeira etapa da oficina, junto com a Talia, recebemos, felizes, mais uma monitora, a mãe de uma das crianças, a Renata. E continuamos a planejar o espetáculo que vamos apresentar na Festa da Primavera em setembro. 

O tapetinho agora estava repleto de roupas coloridas e rostinhos ansiosos. Mais parecia um jardim com lindas flores e alguns botõezinhos.

Começamos com uma enorme roda de apresentação. Cada um foi falando seu nome, idade, e o que mais gosta de fazer.

Kemillyn de 4 anos, Virginia e Kauã de 6, Jackson, Kelvim, Geovana e Thauany de 7 anos, Micaelly, Victor, Kethellen de 8, Jadson, Carla, Gabriel, Manuela, Karolline e a Vitória de 9 anos. E tivemos duas visitas: a do pequeno Charles de 2 anos, que veio com a Micaelly, e do Matheus de 11, que está na oficina de judô.

No momento de dizer o que mais gosta de fazer, saiu de tudo um pouco: brincar, jogar bola, videogame, ver TV, estudar, pular corda...

E por falar nisso, nada como uma gostosa brincadeira para enturmar e desinibir.


Como já estávamos em roda, propomos a "Lencinho na Mão". Ela é sucesso entre as crianças, pois tem música, suspense e pega-pega, tudo num só pacote.

Depois de muitas risadas, inclusive da cena hilariante de ver aqueles que foram pegos cacarejando e chocando um ovo no meio da roda (eu fui um dos felizardos), fomos para a brincadeira de mímica.

Cada brincadeira levou cerca de meia hora devido ao número maior de crianças.

E chegou o momento de contar uma história.

Todos se sentaram num imenso semi-círculo e eu contei mais uma vez, pois a maioria das novas crianças ainda não ouviu, a história da "Semente da Honestidade", um conto folclórico oriental, recontado por Patrícia Engel Secco e adaptado por Luís Norberto Pascoal, no livro "A Semente da Verdade", da Fundação DPaschoal.

Como todo contador de histórias, também tomei a liberdade de fazer algumas modificações no enredo, como incluir o único sorriso que o imperador deu, que foi ao ver o vaso do Thai, seguido de um gostoso abraço no menino.

Quando perguntamos a parte que mais gostaram, a maioria das crianças disse que "quando ele chorou por não ter nascido nada", e "quando ele foi abraçado pelo imperador".

Depois pedimos às crianças para desenharem qualquer parte da história, do seu jeitinho.

Elas atenderam o pedido com alegria e em pouco tempo já estavam dando os primeiros rasbiscos na folha branca.

Aquelas que iam terminando, escolhiam um livro e iam para o tapete ler.

Dava gosto de ver o interesse pelas obras. Até o Charles, o pequerrucho visitante de 2 anos, aprendeu como virar as páginas grossas de um livrinho editado especialmente para a sua idade, com direito a carrinho fofo no meio das páginas, que emite um "fomfom" quando é apertado.

Ao final, as crianças almoçaram uma gostosa refeição e saíram prontas para tomar banho e se trocarem para a escola.

À tarde, como de costume, nos reunimos com os jovens monitores Júnior, Nathalia e a monitora-mirim Laura. Recebemos a Carol que começou a participar nesse dia, e que fazia parte da extinta oficina de teatro.

Lemos um pouco sobre cada personagem folclórico e do imaginário popular que cada um irá representar, e ajudamos a Carol a escolher o seu: a Vitória-Régia.

No horário marcado, as crianças e algumas mães acompanhando-as começaram a chegar.

Vieram: o pequeno João Vitor de 4 aninhos, a Sthefany de 5, a Adrielle de 8, a Emilly de 10 e o Marco Antonio de 11 anos.

Depois das apresentações habituais, começamos a brincadeira para descontrair e agregar. É um momento de aquecimento e preparo para o conto e a leitura. E tão importante quanto estes.

É o momento em que as crianças começam a descobrir o espaço e a se apossar dele. Os livros se tornam também brinquedos, e começam a ser manipulados de forma natural.

Essa oficina seguiu o mesmo roteiro da manhã. Mas não foi igual. Cada oficina é única, assim como cada grupo, porque única é cada pessoa que o compõem. 

E como é gostoso acompanhar o jeito diferente de cada pessoa, de cada criança quando brinca, fala, lê, conta, reconta, desenha, corre, pula...

Depois do intervalo para o café, que aconteceu no meio da oficina, chegou a hora de contar a história, e de ter contato com um mundo novo que se encontra dentro de um livro. E as crianças adoram, porque a gente e a nossa criança interior adora estar com elas.

Aos poucos, os livros passam a fazer parte da infância de cada pequeno. Uma parte alegre, feliz, como brincar.

Assim, história e livro, são associados a brincadeira, prazer, alegria, momentos gostosos. E página à página, conto a conto, eles vão descobrindo que dá pra prolongar esses instantes sozinhos, ou melhor, na companhia de um bom livro, um amigo, quase como se fosse de carne e osso. E, com o tempo, passa a ser tão insubstituível quanto este que joga bola com a gente e que toma chá de mentirinha, com bolinhos de barro.

Ao final, depois que as crianças se foram, os monitores ficaram mais um pouco. Arrumamos os livros, as cadeiras, as mesas e terminamos a colagem das bolinhas coloridas que identificam cada tipo de livro em sua estante.

O sol já ia desaparencendo no horizonte quando nos despedimos.

Fomos, mas uma parte de nós permaneceu lá na biblioteca, entre os livros e as mil histórias e risos, esperando ansiosa pelo nosso retorno.

Almir

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