Nessa semana não tivemos oficina. Ou melhor, tivemos, mas não da maneira convencional.
Como foi a semana das inscrições, que iriam ocorrer no dia 9 para as crianças que já participam de alguma oficina na Chácara e no dia 12 para as novas, resolvemos nos reunir apenas com os jovens monitores, para discutirmos onde estamos, onde queremos chegar e qual o melhor caminho para isso.
Percebemos que precisamos fazer um curso de contadores de história. Sou o único no grupo que já fez um desses cursos, mas com o foco no público adulto. A Katia ficou de conversar com um amigo, que é contador profissional, para ver os detalhes do curso que ele dá, inclusive o preço.
Também combinamos de levar os jovens e as crianças ao teatro e ao cinema. São plataformas diferentes para se contar histórias, tão importantes quanto o livro para a formação cultural dos pequenos.
Nas conversas informais com as crianças, notamos que várias nunca foram a um cinema e muito menos ao teatro. Elas crescem enclausuradas entre as paredes de suas casas e do bairro, que tem pouco, muito pouco a oferecer em matéria de lazer e cultura.
Precisamos e queremos mudar esse quadro.
Concordamos e fazemos coro com os estudiosos da área cognitiva, que quanto mais experiências sensoriais edificantes as crianças tiverem, através das várias expressões culturais e artísticas, mais a sua visão de mundo vai se ampliar, assim como as possibilidades de interagir e modificar a realidade que as cercam.
Enfim, queremos que essas crianças não somente cresçam, mas amadureçam da forma mais plena e harmoniosa possível, de tal forma que o melhor que lhes caracteriza a condição infantil, permaneça com elas durante toda a vida: o entusiasmo, a alegria, e a esperança de que o melhor sempre está reservado para elas e, principalmente, ao seu alcance.
Também acertamos uma linha que iremos adotar no treinamento de contadores de história, nosso e dos jovens. Vamos reunir várias histórias curtas de no máximo 5 minutos. Cada um vai escolher uma história para contar. Aquela que mais gostou.
Vai levar ela para casa, ler e se apossar dela, ou seja, intronisar a história até que fique familiar, e que possa ser contada "de cabeça", como se tivesse acontecido consigo mesmo ou como se tivesse presenciado o fato.
E, no período da tarde, com os jovens monitores presentes, já que pela manhã estávamos somente Eu, a Katia e a Nice, discutimos sobre o que faremos na Festa da Primavera que irá ocorrer no dia 18 de Setembro, aqui na Chácara.
Nessa festa, que irá comemorar a entrada da Primavera, cada oficina terá uma barraca, como a de "Fura Balão", ou a de "Tomba-Lata". A renda obtida irá auxiliar na manutenção da própria oficina.
Os jovens, que já haviam demonstrado grande interesse por personagens folclóricos, sugeriram fazermos um tipo de peça teatral onde cada um estaria fantasiado como um desses personagens. Cobraremos um pequeno ingresso (R$ 0,50 a R$ 1,00) para que as pessoas adentrem o espaço temático que vamos criar e travem contato com os personagens.
A idéia foi amplamente aceita, então iniciamos na mesma hora uma pesquisa na internet dos personagens e cada um escolheu quem vai representar.
Integram o elenco também personagens de Monteiro Lobato e dos contos de fada tradicionais. Com a entrada de novos integrantes a lista cresceu e ficou assim:
Boto-Rosa: Júnior
Iara: Laura
Caipora: Nathalia
Saci: Almir
Cuca: Renata
Emília: Katia
Princesa: Thalia
Fada: Nice
Vitória-Régia: Carol
Bruxa: Camila
A definição dos personagens era o primeiro passo de um longo trabalho de criacão e ensaio.
Por isso, encerramos a reunião, eufóricos e alegres e com o compromisso de usarmos a primeira hora da oficina, destinada a formação dos contadores, para a preparação do espetáculo, afinal temos apenas um mês e pouco para a estréia.
Almir
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