4 de jul. de 2011

1º Dia da Oficina do Conto





















Apesar de ser uma segunda-feira fria e nublada, chegamos na Chácara às 7h40, esperançosos e muito contentes por darmos início nesse projeto.

O primeiro módulo, o de formação de contadores de história, ocorreu das 8 às 9h30. Aos poucos os jovens foram chegando: Sheila, Vilmara e o Allan. A Nice, que é fonoaudióloga e colaboradora da Chácara, também veio dar o seu apoio. Formamos uma roda e nos aconchegamos no tapete da sala de leitura, junto com as almofadas fofas em forma de sapo, cachorro e tartaruga.

A Katia foi a facilitadora e pediu para que cada um de nós se apresentasse e contasse um pouco de sua história. Em seguida, propôs uma dinâmica de quebra-gelo, chamada "Seu buraco. No buraco", uma variação do "Morto-Vivo".

Numa roda, em pé, cada um estava sob um buraco imaginário, o "seu buraco". E à frente, estávamos diante de um grande buraco. A brincadeira funciona assim. Quando o condutor fala "no buraco", cada pessoa dá um pulo à frente e "seu buraco" dá um pulo para trás. Se a pessoa estiver no lugar falado pelo condutor ela deve ficar, onde está, imóvel. Ganha quem seguir as ordens sem errar.

Depois a Katia perguntou se alguém tinha alguma brincadeira para sugerir. Escolhemos uma variação de "Gato Mia", que é um "Esconde-Esconde" no escuro. Quando a pessoa é encontrada, quem a encontrou fala "Gato Mia", ela diz "Miau", e ele tem que descobrir quem é a pessoa. Se ele acertar, é a vez da pessoa procurar. Se errar, ele continua neste papel.

No nosso caso, a pessoa escolhida para procurar ficava de olho fechado, e os demais podiam se movimentar livremente, desde que não saíssem do tapete. Essa brincadeira gerou muitas risadas e momentos divertidos.

De volta à roda, a Katia, que é psicóloga, esclareceu que todas as brincadeiras exigiram de nós uma característica fundamental ao contador de histórias: escutar, que é mais do que simplesmente ouvir. A faculdade auditiva nos permite ouvir os sons, mas escutar é observar com atenção o que o outro fala com a voz, com os gestos, com o olhar, com o corpo e, em especial, com o coração.

Depois a Katia perguntou se alguém gostaria de ler a história do livro "O Menino dos 8 Óculos", de Maria Tereza Mendonça de Barros.

A Sheila aceitou e leu essa história de um menino que nasceu mudo e desenvolveu, com a ajuda de uma fada madrinha, uma forma toda especial de se comunicar com sua família e seus amigos na escola.

Assim que terminou a história, analisamos a forma como a Sheila contou, valorizando sua iniciativa, e a forma fluída como leu. Ao final, concluímos que não existe um jeito certo de contar história. Cada um tem o seu jeito único e especial. Aperfeiçoa-lo através das trocas e da reflexão é a proposta dessa formação.

No segundo módulo, das 9h30 às 11 horas, após o intervalo de 10 minutos, é o momento de contarmos histórias para as crianças de 5 a 12 anos. Devido ao tempo frio, que não estimulou os pais a acordarem seus pequenos,  eles não compareceram. Então, demos continuidade a formação.

Contei a história do livro "O Barbeiro e o Coronel", de Ana Maria Machado. Os jovens, no papel das crianças pequenas, simularam suas reações, dando margem a algumas maneiras de interagir com elas, no decorrer do conto.

Fechamos essa etapa, discutindo quais aspectos da história chamaram mais a atenção de cada um e escolhendo os jovens que irão se preparar e contar a história na próxima semana: Sheila e Vilmara.

À partir das 13 horas começou a segunda turma. Seguimos o mesmo roteiro da manhã. Vieram a Stephanie e a Laurinha. A Stephanie, ao ler, pela primeira vez, o livro "O Menino dos 8 Óculos", demonstrou ser uma contadora de histórias nata. Incentivamos a Laurinha que, apesar de ter 8 anos, lê muito bem, a ler para nós. Ela escolheu um poema e várias piadas, que provocaram muitas risadas gostosas.

Após o intervalo para o café, onde comemos um delicioso bolo de chocolate, feito pela tia Edna, contei a história do livro "Quem Soltou o Pum", de Blandina Franco. É uma história muito engraçada, de um cachorrinho de estimação que se chama Pum.

À partir do próximo encontro combinamos que, durante as férias, iremos concentrar a formação no período da manhã, e começar às 9 horas.

Almir

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